Bom, eu sei que a proposta desse blog é divulgar minhas poesias e, ultimamente, tenho escrito conversas fictícias com meus futuros filhos. Porém tive de vir aqui comentar o que tem me incomodado. Antes, porém, preciso me apresentar de verdade.
Como todos já sabem, meu nome é Anderson Rabelo, mas nem todos sabem que sou formado em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Apesar de escrever contos e poesias, não sou da área da Literatura, sou da Linguística e o pior, da sociolinguística e por isso já não suporto mais o que a Televisão vem falando acerca das mudanças que estão acontecendo.
Sempre houve uma luta dos sociolinguistas para revelar que não existe apenas uma Gramática no mundo, mas mais de uma. No tão famoso "Livro do MEC", que quase ninguém sabe o nome, mas se chama "Por uma vida melhor", a autora nos diz que é possível que a pessoa fale: "nós vai à escola", É VERDADE!, ela ainda complementa dizendo que apesar disso ser possível, você não irá utilizar. A Língua é igual a uma roupa, você a utiliza conforme o local que você está. Imagine se você estiver em um ponto de ônibus e pedir que o ônibus te espere para que possas subir de maneira rebuscada. Eu já imaginei isso bem antes desta discussão.
Porém, os "cultos" deste país discutem coisas que não entendem, mexem na ciência sem ao menos ser cientistas da língua e surgem aberrações como as que mostro logo abaixo no vídeo retirado do youtube.
"Chancela para a ignorância que infelicita estamos apontando para o sentido contrário". Sério, amei essa frase. Quero fazer um convite a quem lê esse blog. Assista aos programas da Globo e me digam aqui em comentário, quantos falam a Gramática perfeitinha, do jeito que nos fora ensinado. O próprio Alexandre Garcia não utiliza. A palavra "pra" ainda não existe no nosso dicionário e sim "para". Se formos pensar em utilização da Gramática Normativa pura, isso NUNCA vai acontecer no Brasil. Porém, esta conversa já está esquecida, já humilharam muito a autora do livro "Por uma vida melhor" que pensa apenas em contribuir para o fim do preconceito (global de novela onde somente os broncos falam "errado". Alguém deixou de entender o que o Douglas da novela das nove fala para a Bibi? hummm)
Eu jamais abriria a boca para dizer que um trevo (palavra que indica que existem apenas três folhas) de quatro folhas é um erro da natureza, pelo contrário, é uma variação do que conhecemos. O mesmo ocorre para o Português, não existe "erro" e sim variação.
Fechando esse assunto, vi na semana passada, no Jornal Hoje, a notícia de que os Estados Unidos estaria relativizando o ensino da letra cursiva. Achei que ficariam por aí, mas acordo hoje, ligo a TV para aprender a cozinhar e a cozinheira estava falando de escrita. A pergunta era hilária: "o que será da escrita, meu Deus?" e diziam que o computador dominaria tudo. Colocaram os atores da Globo para escrever (acho que entendi, queriam ver se eles sabiam escrever, se for somente isso, eu desculpo, rsrs) e a própria Ana Maria escreveu num papel também (escrevi "num" e não "em um").
Bom, quando os EUA decidiram que o ensino da letra cursiva era optativo, não significaria que o aluno deixaria de escrever. Ele continuará escrevendo, mas existem váááários tipos de letras, (seu word que o diga), a cursiva é apenas uma delas. O aluno continuará a escrever, mas da maneira dele. Fiz caligrafia na minha alfabetização, aprendi a letra cursiva lá e na primeira série do ensino fundamental (hoje, segundo ano) e não utilizo a letra cursiva, utilizo a de forma (a Ana Maria também). Ensinar um tipo de letra não significa que não irei mais escrever, isso é MENTIRA. Apenas deixará que o aluno escreva da maneira que ache melhor e ele terá de saber, mesmo que utilize o computador que está a sua frente.
Dessa forma, meu desabafo está aqui registrado, espero que a intelectualidade brasileira deixe de se meter na ciência que não os cabe. A não ser que se trate de um Noam Chomsky da vida (mas sem árvores, ok?)
Abraços a todos,
Anderson Rabelo
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