terça-feira, 29 de setembro de 2009

Em quadrados enquadrado




Em quadrados enquadrado

Ando em quadrados,
enquadrado nos meus passos
passeando nos avessos,
preto e branco,
chuva e vento
pouco tempo e muito tempo,
paciente e vivendo
caminhando e vencendo.
Ando em quadrados,
vivo livre.

Anderson Rabelo

domingo, 27 de setembro de 2009

Nós



Foto disponível em http://diariodeumcaranguejo.files.wordpress.com/2009/04/20080527214032555.jpgAcessado em 27 de setembro de 2009


Quem deu o título desse poema foi minha musa, Helainy! rsrsrsrsrs
bjo linoca!


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Nós

uma vida
em dois dias
podem ser dias
de uma vida inteira,
mas apenas dois
como nós dois
numa noite longa
pra uma vida curta.
Como diria o Herbert
e eu o repito.

Anderson Rabelo

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Foto exibida em http://alegriaaa.wordpress.com/2009/06/15/o-silencio/ Acesso em 22 de setembro de 2009

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Poema sussurrado

Psiu, não fale alto,
apenas ouça o som das águas carregando um sonho.
Shhhh, não diga nada, apenas ouça;
ouça as batidas do meu coração
misturadas aos batuques urbanos de tambores,
aos pés de quem sobe as ladeiras calçando um chinelo
e da água da moringa fazendo o som gostoso da sede.
Silêncio! Ouça o sussurro da noite,
ouça o silêncio dos vivos.
Escute, escute a vida vivendo,
uma agulha caindo,
um ar entrando no pulmão e o sangue escorrendo às veias.
Escute o som do dia passando,
do sol beijando o mar e fazendo tssss, apagando
e dando lugar à noite.
Shhhhh,
Escute.

Anderson Rabelo

domingo, 20 de setembro de 2009

Foto do site: http://slowdown.pixelzine.com/2006/07/ Acesso em 20 de setembro de 2009

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O ato de gostar

O ato de gostar de alguém é engraçado:
não se consegue ter raiva,
não se consegue parar de pensar,
não se consegue ao menos não conseguir escrever.
Só uma coisa se consegue:
não conseguir falar diretamente que gosta.
O que não deixa de ser um não conseguir.
Não consigo dizer que gosto de você demais da conta,
mas consigo escrever que te gosto,
com todo exagero do mundo
e com todos os riscos,
mas gosto
demais.

Anderson Rabelo

Homenagem a um amigo





Pensando na morte...

Não sei se estou ficando mais velho, ou é a vida que está ficando efêmera demais. Ver amigos indo antes do tempo, perceber o luto no rosto das pessoas, e dar valor à vida antes mesmo de ser pai é uma coisa que me faz pensar e recordar a infância, onde todos estavam juntos brincando. Meninos de carrinho, meninas de boneca, todos ensaiando um futuro incerto que, com a brevidade da vida nem chega. Quem se vai pede passagem (ou nem se despede), quem se foi, deixa saudades, palavra única no mundo inteiro, pessoa única no universo inteiro que se esvai mas fica guardado em nossas mentes, que é abreviado, mas é reticências nos nossos corações tornando-se assim eterno enquanto duremos.

Rodrigo meu brother, vai em paz!!!

Anderson Rabelo

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Foto disponível em: http://todosossentidos.files.wordpress.com/2009/01/gota-em-vermelho.jpg

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Vermelho

vermelho é o céu quando o sol nasce (e se põe),
é a cor do meu coração
e dos meus olhos quando fitam seus cabelos,
desejos...

Anderson Rabelo

domingo, 13 de setembro de 2009

Avenidas de Salvador

Foto por Anderson Rabelo



Avenidas de Salvador

Comparo as avenidas da minha cidade a um mar
onde não são todos os que ousam surfar.
Comparo os ônibus e caminhões com Tsunamis
e os carros a meros vagalhões.
Alguns meninos ousam surfar as Tsunamis
sem medo de cair e se afogar no sal do asfalto vermelho.
As ondas não param de correr
e às vezes os redemoinhos provocam vagareza em suas marés,
mas as ondas não param de correr,
não param de correr,
não param de correr,
não param de correr,
nem à noite.

Anderson Rabelo

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Menina pé-de-laranja-lima

Foto feita por Rafael dos Prazeres


Esse poema nós fizemos após vermos esta cena, logo após Rafael tirou a foto.

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Menina pé-de-laranja-lima

Deitada sob as nuvens
num transe hipnótico
ponto fixo, físico
seriedade nos traços do rosto
uma laranja a escorrer-lhe
sumo de somo sobre a testa.

Anderson Rabelo e Rafael dos Prazeres