terça-feira, 21 de abril de 2009

Folha em branco?





Folha em branco?

Estou diante de uma folha em branco com um turbilhão de ideias e nada pra escrever.
Amor enjoa, enjôo enoja, nojo é jóia.
Sinto um pouco de coração nas palavras e um pouco de tinta no sangue,
nada muito inteligente, frases repetidas, que dizem para mim:
“são lindas”, mas na verdade não passam de paráfrases. Eu sei que são.
Escrever é quase um parto,
parafrasear é a mão do médico ajudando na cesariana.
Só faço leituras, leituras, remendos.
Releio pra remendar,
remendo pra tentar dizer, psicografar, imaginar o renovo,
Reconfigurar o quadrado pra um pseudo-círculo,
imaginar a ordem dos fatores,
pensar no existir,
existir sem pensar,
amar com razão,
raciocinar sem emoção
e jamais dizer meus sentimentos,
só os dos outros.
Estou diante desta mesma folha em branco e ainda não consegui escrever nada.

Anderson Rabelo

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