segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Anotações de um caderninho (para ela que ainda não sabe que é dela)

 Foto minha até algum momento específico (ou não)


Observo o teu jeito,

a cor dos teus cabelos,

os risos imbecis de piadas imbecis.

Observo,

observo e enxergo o jeito manso e expansivo

de cuidados e abraços distantes,

pandêmicos,

de olhares que sorriem e nos aproximam

e deixam transparecer a inexistência do tempo.

Quiçá até voltamos no tempo (rima estúpida),

em que a física era mítica,

e a química encantava os olhares entrecruzados.

Observo, observo quieto o teu jeito

e quando chegas, o universo inteiro,

e quando vai embora, o silêncio.

Daí eu observo o meu jeito quando o teu jeito se aproxima

e eu até consigo ser mais eu, menina.


Anderson Rabelo


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