domingo, 28 de dezembro de 2008

Dois solitários




Dois solitários

A lua derrama lágrimas
e nós pensamos serem estrelas, não são!
São lágrimas sofridas de um astro solitário
que deseja a companhia de alguém.
Astro que, como eu, chora à espera
de alguém que vai chegar não sei quando
e assim ficamos fazendo companhia
um ao outro, dois solitários.

Anderson Rabelo

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

É doce




É doce

É doce a incerteza de que estamos vivos.
É doce a natureza, as rimas, as dunas, as árvores.
As noites, o mar, as aves, os morcegos, tudo isso, doce.
É doce o desejo de estar contigo numa noite limpa, sem chuva,
É doce o sono quando durmo e os sonhos que tenho contigo.
É doce a música, o ar que respiro, as frases clichês.
Tudo é doce quando estou contigo, tudo é doce quando também não estou contigo,
Mas estás comigo no meu coração, adoçando a minha vida.

Anderson Rabelo

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Traços




Pra uma pessoinha especial que eu conheço!!!
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Traços

Doce sorriso simples,
sorriso bom e lindo de menina
que sabe o que quer, mas revela a criança
que ainda existe também no olhar.
Forte olhar sincero
que diz sem palavras a sua verdade
verdadeira verdade e suave e singela
que fita outros olhos sem nada a falar.

Anderson Rabelo

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A noite




A noite

A noite não é uma criança.
A noite é um olhar sedutor na pele dos amantes,
é uma mãe protegendo seus filhos em cada esquina,
é um castigo para os que sofrem de amor,
é uma bênção pra quem chega cansado,
é uma delícia pra quem nela se diverte.
A noite é polivalente,
é fresca, é quente
é vida e morte
é doce e solitária
é solitária e vazia,
mas pra mim é cheia.

Anderson Rabelo

sábado, 20 de dezembro de 2008

Linda Liny





Linda Liny

Lindos olhos que brilham intensos,
lindos lábios que meu gosto deseja,
lindo corpo que meus olhos atentam,
lindo riso que meu riso conhece,
linda pele que a pele encosta.
Lindo amor que o desejo não encobre,
linda vida que minha vida não vive,
lindo mar em que tua vida mergulha,
linda liny, linda lua tão linda,
sempre linda, só linda, linda.

Anderson Rabelo

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Sangue azul




Sangue azul

No meu pulso corre tinta de caneta.
Por aqui corre Vinícius, Drummond,
corre também Clarice, Cecília.
Corre amigos-poetas, Rafael, Rodrigo,
uma imensidão de nomes entre tintas famosas e ascendentes
que não se esperam e que são óbvias colorindo o meu peito
e o meu papel que em algum momento foi branco e agora não é mais.

Anderson Rabelo

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Sonhado



Sonhado

O som do sonho no sono
nos sonda sugando o sal de seguir em pé.
O sonífero sonoro no sonho
sabe saborear sutilmente o silêncio; sombrio silêncio
que supera o sexo após o orgasmo.
Sigo saboreando o som e o silêncio
doce sonho sonhado num sono sábio de seguir sonhando,
sussurrando...

Anderson Rabelo

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Paixão



Paixão

Todo poeta tem uma paixão,
ele pode não assumir,
ter outros amores,
mas um, apenas um marca a sua vida
e é pra esse amor que ele escreve.
Só pra ele...

Anderson Rabelo

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Pinga, pinga




Pinga, pinga

Pinga o ponto após a palavra final.
Pinga a última gota de água da pia do pinto que pia.
Pinga a tinta do teto da casa no jornal que tá no chão.
Pinga a pinga na goela do pingunço que bebe na praça.
E pinga a vida na vida do outro no rastro do tempo que não sobra mais.
Pinga,
Pinga,
Pinga,
Pinga...

Anderson Rabelo

(Re)Criação




(Re)Criação

Duas pedras fazem fogo
com o fogo, façamos armas,
com as armas, matamos homens,
com os homens, aprofundamos nossas tecnologias,
com a tecnologia, façamos guerra,
com a guerra, matemos todos
e com os corpos, apaguemos a luz.

Anderson Rabelo

domingo, 14 de dezembro de 2008

Tic-tac



Tic-tac

O tic-tac do relógio
tiquetaqueia em meu peito
tic-erendo, t(ic) sonhando
tac-amando, tac-lembrando
lenta(c)ment(ic)
ta(c)ti(c)amente, fielment(ic)
visualment(ic), suti(c)lment(ic)
e simplesment(ic-tac) assim:
tic-tac, tac-tic...
no meu tempo...
tac-tic, tic-tac.

Anderson Rabelo

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O meu




O meu

O meu é meu,
melhor que o seu
e graças a Deus
não é o nosso.

Anderson Rabelo



Luxo(i)

Seu luxo não é meu lixo,
mas seu lixo é meu luxo.

Anderson Rabelo

(Se)



(Se)

A vida (se) vai
quando outra (se) vem
e assim elas (se) vão
(se) indo.

Anderson Rabelo

O poeta e seu destino




O poeta e seu destino

O destino do poeta é sofrer.
Seja por amor, seja pela vida ou pela estranheza
de ser no mundo diferente do comum.
Mal sabe, o poeta, que ele é um tempero,
o que dá gosto ao mundo
ou ao menos à sua vida.
Por não saber disso, ele sofre
e pretende continuar chorando suas lágrimas no papel.
Talvez seja até melhor assim.

Anderson Rabelo

terça-feira, 2 de dezembro de 2008




pra uma amiguinha capixaba

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Lindo sorriso

Esse sorriso é um sol iluminando as distâncias
encurtadas por cabos e conexões e divertidas por sotaques peculiares,
e encanta junto com a beleza desses olhos verdes de esperança
e com esse jeito doce e meigo de simplesmente ser Lívia.
Essa voz suave viaja por caminhos longos em menos de um minuto
pra cantar às vezes nos meus ouvidos a alegria de viver,
a alegria de existir e buscar a verdadeira Verdade e amar sem querer muita coisa em troca
e divertir-se com aquilo que a gente menos espera, a própria amizade e agradeço por existir
simplesmente a simples Lívia.

Anderson Rabelo



Até tento

Até tento não escrever,
sufocar meu coração,
mas quando te vejo, minha paixão se torna clara dentro dos meus olhos,
do meu sorriso bobo
e da falta do que falar.
Depois, por um momento tudo passa,
mas depois volta tudo e não quero esquecer,
então escrevo e o meu amor - sincero - se torna eterno.

Anderson Rabelo