quinta-feira, 4 de março de 2010

Um sinal diferente

Um sinal diferente

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Éramos casados há quase onze anos, mas todos nós somos susceptíveis a erros. Sexta-feira passada saí com meu cunhado para curtir a a noite e ele me apresentou sua amiga Clara. Linda, cabelos pretos, lisos até metade das costas, pequena, mas com um corpo escultural, olhos castanhos brilhantes me dizendo "vem!", e eu fui!

............Manhã de sábado e acordei ao lado daquela mulher escultural, Rosana me passava na cabeça cantando: "...como uma deusa você me mantém...", mas aquele céu, logo se tornaria o inferno quando lembrei que Toni havia voltado para casa sem mim e a Rosana que cantava na minha cabeça, foi tomando uma forma assemelhada com a de Berbela segurando aquele ralador de queijo e cantando: "...vou queimar teu peito no isqueiro, sobe chama, sobe chama...".
............É meu amigo, abri a porta e a imagem que estava em minha mente tomava forma. Parece que o autor do livro "O Segredo" tinha razão, só que ao contrário, eu tava era FODIDO!!! Berbela gritou:
............- Olá senhor Gema, passou a noite em um ovo?
............- Hã? - não entendi a indireta mais direta da história.
............- Se fazendo de desentendido, quem dorme com a Clara é a Gema, ou estou errada? - Foi o Toni, aquele filho de uma puta, eu pego aquele viado!
............- Amor, não é nada disso que você está pensando - agora sei porque os autores de novela usam essa frase, experiência de causa. - eu posso...
............- Cale a boca, você vai pegar todas as suas roupas agora e sair de casa, tem dez minutos, se adiante!
............- Mas...
............- Mais você vai ter com aquela galinha, afinal é do ovo que vem ela!
............Fiquei triste, onze anos que eu joguei fora. Berbela entrou no banheiro, arrumei minhas malas e no momento que estava saindo, ouvi um grito choroso:
............- Espere! - era Berbela me abraçando e calando minha boca com o dedo antes que eu falasse qualquer coisa e disse:
............- Saulo, não vá!
............- O que houve?
............- Entrei no banho e rezei, pedi aos deuses que me dessem um sinal, apenas um sinal para saber se deixava você ficar. O ódio foi grande, mas eu senti uma dor-de-barriga forte, sentei no vaso e - ela suspirou - Saulo, meu cocô saiu em forma de coração, foi um sinal, eu sei, fique, eu te amo!!!
............Parei por três segundos estupefato. Suspirei e virei de costas. Ri baixo e esse sorriso se transformou em uma gargalhada, me embolei no chão até me urinar. Daí eu percebi que ela falava sério. Endureci meu semblante, entrei em casa, fechei a porta e disse:
............- Lave as mãos, ainda estão fedendo.

Anderson Rabelo

terça-feira, 2 de março de 2010

Amor à vida (homenagem à vida, curta a vida curta e tão amada)





Poema que homenageia a Vida, inspirada em Marcus Menna, tava vendo uns vídeos dele pela net e senti necessidade de homenagear a vida e por que não o próprio Marcus..., para ver a música que me inspirou, clique AQUI

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Amor à vida (homenagem à vida, curta a vida curta e tão amada)

Tão amada por tantos,
Tão apreciada e tão rara
Vida cara, rara vida,
que na ânsia de aperfeiçoarmos
o que foi feito imperfeito propositadamente,
apostamos com a morte que podemos sair da versão beta
e virar uma nova versão, 4.0
tal qual máquinas que não podem falhar
e pasmem, encontramos erros alheios que nos fazem perder a aposta.
O que resta é querer voltar no tempo e pedir de volta os sonhos
E dizer que não faria tal loucura,
que apenas sentaria à beira da praia
pra ver o sol se calar.


Anderson Rabelo